quinta-feira, 16 de agosto de 2012

LITERATURA

Por Amanda Galdino


Em um futuro promissor, nossa raça fora extinta e novos humanos tomaram o mundo transformando-o em algo tão avançado que jamais sonharíamos. Com uma tecnologia além dos limites concebíveis pela nossa imaginação, eles alcançaram o ápice do desejo humano: tornaram-se seres perfeitos.



Esse é o novo mundo que Scott Westerfeld nos apresenta em sua sequência inicial de três livros, intitulados Feios, Perfeitos e Especiais, e posteriormente lançando um livro a mais chamado Extras (este contando sobre a posterioridade dos acontecimentos dos três primeiros livros).
Todas as cidades são divididas em duas partes: Vila Feia e Nova Perfeição. Ao atingirem a idade de dezesseis anos, todos os humanos passam por uma cirurgia altamente tecnológica que os muda fisicamente. Desde arcadas dentárias e globos oculares à largura de ossos, as pessoas são transformadas em seres perfeitos e vivem em sociedades igualmente perfeitas.
Pelos olhos de Tally Youngblood conhecemos tudo sobre esse novo mundo. Como qualquer outra garota de quinze anos, Tally conta os dias para que possa transformar-se em uma garota perfeita e viver em Nova Perfeição junto com amigos belos entre festas incríveis. Principalmente após seu melhor amigo ter passado pela transformação e estar esperando por ela.
Na ansiedade de mudar, Tally aventura-se cruzando as fronteiras que dividem a cidade e observando escondida, o modo de vida dos perfeitos. Tudo ia bem encaminhado até que ela conhece Shay. Diferente de Tally, Shay não quer passar pela cirurgia e planeja fugir da cidade com um grupo de remanescentes que acreditam que as mudanças feitas nas cidades vão muito mais além do que mudar apenas seu físico.
Entre o desejo de tornar-se perfeita e ter sua mente aberta para uma nova realidade, Tally se vê em um labirinto de mentiras e manipulação, onde vai aprender que a nova humanidade tem tanto em comum com os extintos ‘enferrujados’ que ela nunca imaginaria. Com aquela pitada teen de amores e amizades levadas ao seu extremo, Tally se vê na constante reflexão do ser o que se deseja ser, ou simplesmente aceitar-se do jeito que é.
Com a ajuda do líder dos ‘enfumaçados’ (como são chamados esse grupo remanescente) David, Tally entenderá melhor como funciona a mente do ser humano e qual longe ele é capaz de ir na busca pelo poder e soberania.
Scott Westerfeld faz um grande trabalho crítico em cima do que representa o padrão de beleza dentro de uma sociedade, além das inúmeras referências dos erros cometidos por nós na atualidade. Indo além do que se pressupõe na relação entre beleza e inteligência, ele nos mostra um mundo que se baseia nos erros dos antepassados (no caso, nós) para justificar o ato de controle que é necessário ter sobre a mente humana.

Passando por intrigas políticas, abuso de poder, realidade distorcida e futilidade ao extremo diante de qual o significado da verdadeira beleza, Scott nos leva a um maior entendimento de uma frase já dita uma vez por uma sábia raposa:
“O essencial é invisível aos olhos.”

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Extra! Português é torturado todos os dias com requintes de crueldade!


Por Roberta Bueno

Ultimamente venho postando diversas frases no twitter sobre esses seres cruéis que vivem torturando o bom e correto português.
Mas o que está causando esse surto de português mal escrito e mal falado?
Alguns culpam o “bloguês” da internet, mas sinceramente, abreviar e adotar estratégias de escrita na internet não são sinônimos de erro, mesmo porque todos fazemos isso afim de facilitar a comunicação rápida e com caracteres limitados como no twitter por exemplo.
As gírias também foram grandes vilãs durante todo esse tempo, mas também fazem parte da informalidade e do cotidiano. Um dos problemas está na falta de diferenciação do que é formal, do que é coloquial e do que é errado de fato.
Como professora, percebo que as redações dos adolescentes contém cada vez mais gírias e abreviações, além das licenças “porquéticas” (pois não são nada poéticas) contidas nos hits do momento, que estimulam os jovens a pensarem que está certo falar e escrever de tal forma.
Outro problema seria a falta de uma matéria ou uma aula de língua portuguesa por semana direcionada à produção e reescrita de textos, para que os erros sejam percebidos pelos próprios jovens, com professores bem subsidiados com material didático atrativo e formação para tal.
Por último e não menos importante, há a parcela de culpa na falta de fiscalização dos pais e responsáveis, que fazem “vista grossa” dizendo que o erro faz parte da faixa etária, ou simplesmente sequer sabem o que os filhos escrevem, muito menos como escrevem.
A grande realidade é que a sociedade em si (e não somente os governantes) não se preocupa com a formação dos futuros adultos, como eles falarão ou escreverão, preferem achar que tudo é bonito e que vai passar um dia, mas acredito que se continuar assim o artigo 5º da nossa constituição será escrito assim:
Art. 5º Nois é tudo ingual p a lei s desigualdade todo mundo pode no brasil te os mesmo direito pra tudo tipo assim:
I - omem e mulhere são tudo ingual
II – si naum quize naum precisa faze nada que naum eh obrigado.
III – ninguém pode se tratado na ingnorancia
IV – e pode fala o q qzer
E assim por diante...
Bem meus queridos, a sorte está lançada e acho melhor acordarmos e atentarmos mais à educação de nossos jovens antes que seja tarde demais.

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

SOBRE COMPARTILHAR A DOR

Por Tuane Vieira

Aquelas são as pessoas. As que te conhecem por um período da sua vida que equivale a mais importante, a mais viva. A fase da vida em que os amigos e os inimigos são para sempre. São desses que vc espera sempre o melhor e o pior, sem nunca contar que será diferente.

Nos vemos sempre de lados opostos. Tudo que eu sonhei pra mim, você não é. Mas como o pouco de nós duas (ou nós dois) nos completa, nos é o suficiente pra prosseguir e se faz necessária para entender o pouco que entendemos uns dos outros. Faz com que não tentemos nos explodir. É ele que sustenta o fio de respeito que há entre nós. Existe uma linha muito tênue nessa situação, mas não sei quando foi que ela ficou ainda mais fraca. Quase não a sinto, e isso está fazendo com que a balança saia da igualdade.

Não há como acalmar mares bravios ou incêndios descontrolados. Não há como domar um leão com fome. Há a natureza das coisas, das pessoas. 

Cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é. Cada um dorme com seus problemas debaixo do travesseiro. Mas eu não deveria estar falando isso pensando em vocês. Vocês deveriam sussitar outro tipo de lembrança: as mais doces. E a única coisa que eu penso em relação a todas essas pessoas é o perdão, ou como fazer para que elas não me perturbem mais... não foi isso que eu sonhei, entendeu?

Difícil de crescer é entender que a maioria dos seus sonhos humanitários e ideológicos são desmerecidos, minuto a minuto, por quem você mais considera. E pra não se deixar afetar, haja açucar.

Parafraseando Nelson: "É preciso muito cinismo pra chegar às bodas de zinco".


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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

MULHERES!

Por Letícia Santos


“Minha força não é bruta, Não sou freira, nem sou puta...
Porque Nem toda feiticeira é corcunda, Nem toda brasileira é bunda, Meu peito não é de silicone.”.
Zélia Duncan // Rita Lee




As Horas, de Stephen Daldry, é um dos filmes mais emblemáticos quando o assunto é mulher. Seja pela referência a Virgínia Woolf, ou pela delicadeza de cada uma das personagens. Sendo Virgínia uma delas. De todo modo, o filme é penetrante, tanto que dizer: ele arrebata os sentidos do espectador, é pouco.
Essa falta de palavras pra expressar a densidade de um filme se torna mais que evidente, diante de A Casa de Alice, de Chico Teixeira. Em meio ao caos de uma vida cheia de cantos obscuros, Alice emerge com uma força absurda.
Em outro sentido, a personagem Emília do chileno Bonsai, de Cristián Jiménez, fica completamente submetida aos escritos de Júlio, que a apresenta como lhe convém. Na fala de outra personagem do filme, Blanca: é só a visão de um menino com coração partido.
Com certa semelhança, em Paris, Texas, de Wim Wenders, Jane é parte mal resolvida da vida de Travis, porém o reencontro acontece de um modo meio torto, meio desconfortável, com ambos os corações mais que partidos. E dessa maneira, essa mulher se revela, e com uma beleza incontestável.
Por fim, em Os Sentidos do Amor, Eva Green dá vida a Susan, e arrebenta qualquer estrutura, com uma encantadora interpretação do desespero, diante da perda. Porém, em meio a tudo isso, ela faz surgir uma imagem sublime, que arranca com toda voracidade os medos provocados ao longo do filme.