sexta-feira, 10 de agosto de 2012

MULHERES!

Por Letícia Santos


“Minha força não é bruta, Não sou freira, nem sou puta...
Porque Nem toda feiticeira é corcunda, Nem toda brasileira é bunda, Meu peito não é de silicone.”.
Zélia Duncan // Rita Lee




As Horas, de Stephen Daldry, é um dos filmes mais emblemáticos quando o assunto é mulher. Seja pela referência a Virgínia Woolf, ou pela delicadeza de cada uma das personagens. Sendo Virgínia uma delas. De todo modo, o filme é penetrante, tanto que dizer: ele arrebata os sentidos do espectador, é pouco.
Essa falta de palavras pra expressar a densidade de um filme se torna mais que evidente, diante de A Casa de Alice, de Chico Teixeira. Em meio ao caos de uma vida cheia de cantos obscuros, Alice emerge com uma força absurda.
Em outro sentido, a personagem Emília do chileno Bonsai, de Cristián Jiménez, fica completamente submetida aos escritos de Júlio, que a apresenta como lhe convém. Na fala de outra personagem do filme, Blanca: é só a visão de um menino com coração partido.
Com certa semelhança, em Paris, Texas, de Wim Wenders, Jane é parte mal resolvida da vida de Travis, porém o reencontro acontece de um modo meio torto, meio desconfortável, com ambos os corações mais que partidos. E dessa maneira, essa mulher se revela, e com uma beleza incontestável.
Por fim, em Os Sentidos do Amor, Eva Green dá vida a Susan, e arrebenta qualquer estrutura, com uma encantadora interpretação do desespero, diante da perda. Porém, em meio a tudo isso, ela faz surgir uma imagem sublime, que arranca com toda voracidade os medos provocados ao longo do filme.

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