quinta-feira, 3 de maio de 2012

CHARLOTTE:


Por Letícia Santos

Ela está deslizando, deslizando pra dentro das mazelas do mundo
Ela está lutando, lutando contra o desejo de fazer pérolas da areia”
Música: Heaven can wait.

Charlotte Gainsbourg é uma das melhores atrizes do cinema atual, sem dúvidas. Além disso, ela é uma representante ferrenha do cinema de ARTE, sim Caps Lock, porque os filmes feitos por ela são incríveis demais para as letras minúsculas.
Charlotte Gainsbourg  faz com que sua representação se torne um espetáculo além de toda ARTE, que a rodeia. O que ela oferece é uma expressão que transcende, e se faz materializar no reconhecimento, na identificação do espectador com os sentimentos de seus personagens.
Talvez por conta de toda força de seu rosto, mais que isso, com tudo que seu corpo emite, de dentro pra fora, das telas pra os sentidos de quem a assiste.
Desde Félix e Lola, de Patrice Leconte até Melancolia, de Lars Von Trier. Passando pelo singelo A Árvore, de Julie Bertucelli, e o massacrante Anticristo, também de Lars Von Trier: Charlotte Gainsbourg intensa em todos os sentimentos, e beirando à loucura. Sim, talvez, essa seja a palavra que mais se encaixe: loucura, a loucura da entrega.
Segundo o dicionário Priberam, uma das acepções para loucura é extravagância. Seguindo a trilha dos significados: extravagância significa entre outras coisas: singularidade.
Eis que se faz a luz: Charlotte Gainsbourg é singular, não só como mulher, atriz... ou qualquer uma das suas atribuições mais limitadas. Charlotte Gainsbourg é singular no sentido de SER, ela é o que quiser, desde uma mãe com uma penca de filhos, que tenta manter a lucidez, quando tudo literalmente desmorona ao seu redor, em A Árvore, até a mulher que simplesmente sucumbe e se mostra vulnerável, em Melancolia.

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