Por
Letícia Santos
“Ela está deslizando, deslizando pra dentro das mazelas do mundo
Ela está lutando,
lutando contra o desejo de fazer pérolas da areia”
Música: Heaven can wait.
Charlotte
Gainsbourg é uma das melhores atrizes do cinema atual, sem dúvidas. Além
disso, ela é uma representante ferrenha do cinema de ARTE, sim Caps Lock,
porque os filmes feitos por ela são incríveis demais para as letras minúsculas.
Charlotte
Gainsbourg faz com que sua representação se torne um espetáculo além de toda
ARTE, que a rodeia. O que ela oferece é uma expressão que transcende, e se faz
materializar no reconhecimento, na identificação do espectador com os
sentimentos de seus personagens.
Talvez
por conta de toda força de seu rosto, mais que isso, com tudo que seu corpo
emite, de dentro pra fora, das telas pra os sentidos de quem a assiste.
Desde
Félix e Lola, de Patrice Leconte
até Melancolia, de Lars Von Trier. Passando pelo singelo A Árvore, de Julie
Bertucelli, e o massacrante Anticristo, também de Lars Von Trier: Charlotte Gainsbourg intensa em todos
os sentimentos, e beirando à loucura. Sim, talvez, essa seja a palavra que mais
se encaixe: loucura, a loucura da entrega.
Segundo
o dicionário Priberam, uma das acepções para loucura é extravagância.
Seguindo a trilha dos significados: extravagância significa entre outras
coisas: singularidade.
Eis
que se faz a luz: Charlotte Gainsbourg é singular, não só como mulher, atriz...
ou qualquer uma das suas atribuições mais limitadas. Charlotte Gainsbourg é singular no
sentido de SER, ela é o que quiser, desde uma mãe com uma penca de filhos, que
tenta manter a lucidez, quando tudo literalmente desmorona ao seu redor, em A
Árvore, até a mulher que simplesmente sucumbe e se mostra vulnerável, em
Melancolia.
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