Por Carol Lopes de Andrade
Senhor das
minhas playlists mais recentes, e com
a agenda de shows mais que vigiada durante alguns meses, finalmente tive a
chance de conferir o que é estar diante das peripécias artísticas do tão
comentado Criolo; no domingo 22/4, em show a preços populares no SESC Itaquera.
Ouço aos
montes, e já há bastante tempo, sobre a falta da qualidade na música
brasileira. Em certas ocasiões chego a me deparar com opiniões que consideram
este o pior dos tempos para o rock nacional, sem excluir desta decadência o
sertanejo, o samba, o forró ou qualquer que seja o beat canarinho – ou ritmo brasileiro.
A fragilidade
do discurso é mérito da falta de expansividade musical, que prefiro entender
como uma simples ingenuidade cultural – aquela que ainda insiste em segregar a
cultura nos extremos: “cultura erudita” (o rico) e “cultura popular” (o pobre),
ferramenta usada para que a cultura também seja motivo de divisão de classe.
Para além dos
que julgam estes, como os piores ou melhores tempos da música brasileira,
surgem boas apostas oriundas da cultura
subalterna[1]
capazes de torcer e retorcer as concepções de gênero musical e fazer peixe
grande da música brasileira pelo menos pensar em se reinventar.
Autor de hits
bem articulados, a exemplo de “Subirusdoistiozin”, Criolo caiu nas graças do
público brasileiro com seu segundo álbum, intitulado “Nó na Orelha”. O trabalho
lhe rendeu excelente reconhecimento da crítica, além de ter sido um dos
principais indicados das categorias de premiação da MTV Brasil, em 2011. Mas
“Nó na Orelha” é apenas a ponta do iceberg
diante da versatilidade deste artista. Em seu currículo também soma a
participação em dois filmes, como ator, e o álbum “Ainda Há Tempo” dedicado
inteiramente ao rap (no período em que ainda era conhecido como Criolo Doido),
estilo que defende com unhas e dentes diante de sua audiência – não sem razão,
afinal antes de se tornar um artista internacionalmente conhecido, seu maior
mérito foi ter sido o criador da Rinha de
MCs, famosa por sediar as batalhas de rimadores de improvisação, rappers e MCs na cidade de São Paulo.
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